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15 de outubro de 2013

Poemas de Juareiz Correya

ARTE DO PODER

Juareiz Correya

Os romanos inventaram
com leões e cristãos
o circo com pão.
Os brasileiros bolaram
com samba e com sol
o circo sem pão
                  do futebol.
Hoje o Brasil
descoberto de novo,
inventado de novo,
decretou o Estado de Circo
- sem picadeiro, sem palco
                  e sem pão,
com panos coloridos tapando o céu
um mágico desgovernado no planalto
e uma platéia de 140 milhões
de bestas e de palhaços.



 MENSAGEM DOS QUE VÃO MORRER

Juareiz Correya

Senhores do Mundo,
Irmãos da Guerra,
Deuses do Holocausto,
poderosos proprietários do Arsenal Atômico
que apagará os milênios
e destruirá a Terra cem vezes!
Governantes,
Bestas-feras suicidas,
com os seus Estados Unidos,
as suas Rússias, as suas Chinas,
as suas Organizadas Nações Unidas:
O Apocalipse não tem dia seguinte,
e para que todas as vidas da Terra
- ao alcance de suas maquinações -
sejam destruídas,
basta programar o Fim Nuclear
UMA ÚNICA VEZ
  


INTIMIDADE

Juareiz Correya

eu gosto
do teu cheiro de dentro
de dizer que te mato
de prazer de cansaço
de perder os meus braços
navegando em teu mar
eu gosto
dessa carne que arde
mais cedo e mais tarde
pelos cantos da casa
de fazer minha rede
no vai-vem dessas pernas
(no aconchego das coxas)
de cair de cabeça
nos segredos da gruta
eu gosto
desse gosto mais doce
que o teu corpo oferece
de tanto gozar
do teu longo arrepio
dessas voltas do cio
desse amor sem parar


Juarez Barbosa Correia nasceu em Palmares, Pernambuco, em 1951. Atualmente radicado em Recife. Poeta e editor. Definir Juareiz apenas como poeta e editor seria restringir seu importantíssimo trabalho como agitador cultural no Estado de Pernambuco, a partir da década de 1970, consolidando-se na década seguinte através da sua editora Nordestal, selo pela qual publicou os 10 números da revista Poesia, divulgando autores locais e de outros Estados.


Fonte: Interpoética