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26 de julho de 2010

Poemas de Maurício de Macedo

Kaváfis

Maurício de Macedo

Helênica sensualidade pagã,
abriga do poeta o desterrado coração
que é pequena e pobre a amargura cristã
para a vibração da carne viril
fazendo-se verbo e canção.


Repentista

Maurício de Macedo

De repente,de repente.
O metro e a rima,de repente
- tudo está no ouvido.
Tudo está no diálogo da natureza
no ouvido
e não há espaço para o silêncio do homem
falando consigo mesmo.

A palavra pela cauda
- cavaleiro pegando boi brabo.
E a rima como os cascos do cavalo
percutindo no peito da terra.
De repente,de repente,
a natureza a pulsar
no diálogo dos ouvidos,
antes da queda do homem.

Alagoano de Maceió, onde reside, Maurício de Macedo publicou os seguintes livros de poesia: Cinzel da Língua (1996), Sínteses da Sombra (1997), Aventuras da Negra Fulô (1998), Esfinge Caeté (1999), Onde a vida fere mais fundo (1999), A palavra feito brasa (2000), Canção dos Orixás (2001), A poesia no cordão seguido de Pastoril (2002), A ostra e a pérola (2003), Das Alagoas seguido de Guerreiro (2003), Tear da palavra (2004), Escorial do Açúcar (2004), À Beira do Silêncio (2005), A água e a pedra (2005), Epifania (2006), À sombra das palavras (2006), Fragmento (2007) e Dispnéia (2008)