A alma escolhe
Emily Dickinson
A alma escolhe sua companhia
E fecha os portais.
Em sua divina soberania
Não se entra mais.
Impassível, reconhece a carruagem
Parando à entrada;
Impassível, vê um rei que se ajoelha
No seu tapete.
Sei que escolheu de uma grande nação
Um só, a dedo.
Depois fechou as valvas da atenção
Como um rochedo.
Eu vi um homem perseguindo o horizonte
Stephen Crane
Eu vi um homem perseguindo o horizonte;
Giravam e giravam à toa.
Aquilo me perturbou;
Aproximei-me do homem.
“É tolice”, murmurei,
“Você jamais poderá...”
“Você mente”, gritou ele,
E continuou correndo.
(Traduções de Jorge Wanderley, in Antologia da Nova Poesia Norte-Americana)