UIVO
Allen Ginsberg
Para Carl Solomon
(Trecho inicial)
Eu vi os expoentes de minha geração destruídos pela loucura,
morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas
do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta
de qualquer coisa, "hipsters" com cabeça de anjo ansiando
pelo antigo contato celestial com o dínamo estrelado
da maquinaria da noite, que pobres, esfarrapados e olheiras fundas,
viajaram fumando sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis
apartamentos sem água quente, flutuando sobre os tetos das cidades
contemplando jazz, que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado
e viram anjos maometanos cambaleando iluminados nos telhados
das casas de cômodos, que passaram por universidades
com os olhos frios e radiantes alucinando Arkansas
e tragédias à luz de William Blake entre os estudiosos da guerra,
que foram expulsos das universidades por serem loucos
e publicarem odes obscenas nas janelas do crânio,
que se refugiaram em quartos de paredes de pintura descascada,
em roupa de baixo, queimando seu dinheiro em cestas de papel,
escutando o Terror através da parede, que foram detidos
em suas barbas públicas voltando por Laredo
com um cinturão de marijuana para Nova York,
que comeram fogo em hotéis mal-pintados
ou beberam terebentina em Paradise Alley,
morreram ou flagelaram seus torsos noite após noite
(Tradução: Cláudio Willer)
19 de março de 2010
14 de março de 2010
Meus poemas
Réquiem para alma baldia
Iremar Marinho
Divina Pastora guarda
o corpo crivado d’alma
baldada surpreendida
dentro do beco baldio.
Divina Pastora vela
o corpo (saldo esquecido)
na vala da morte balda
(alma de vida evadida).
Divina Pastora guarda
o corpo sem nome d’alma
baldia (vida homônima/
baldada morte sinônima).
Divina Pastora, tende
piedade d’alma baldia
da vida tão descuidada
(baldada vida vadia).
Discurso das pedras
Iremar Marinho
As pedras livres discursam
o seu sermão de dureza:
parábolas de impenetrável
compreensão - uma retórica
de silêncio assustador
As pedras brutas comandam
a mudez do mundo imóvel
(Estão) estáticas e ferem
com o seu verbo profano
Mars Sojourner ou Embolada Sideral
Iremar Marinho
(Para ser lida ou recitada ao som de
“Liz”, do violonista Marco Pereira)
Pé no tempo
pé na estrada
pé na rota das estrelas
pé na poeira do tempo
pé no rastro dos cometas
REFRÃO CORAL
Conluio de meteoros
abraço de girassóis
aconchego de anos-luz
JOGRAL 1
(HALE-BOPP)
Um catafalco de bólidos
para um funeral de luas
JOGRAL 2
(14 BIS)
Nem deuses nem fantasias
Mero homem (oh! quimeras)
feito máquina de avoar
REFRÃO CORAL
Conluio de meteoros,
abraço de girassóis,
aconchego de anos-luz.
Iremar Marinho
Divina Pastora guarda
o corpo crivado d’alma
baldada surpreendida
dentro do beco baldio.
Divina Pastora vela
o corpo (saldo esquecido)
na vala da morte balda
(alma de vida evadida).
Divina Pastora guarda
o corpo sem nome d’alma
baldia (vida homônima/
baldada morte sinônima).
Divina Pastora, tende
piedade d’alma baldia
da vida tão descuidada
(baldada vida vadia).
Discurso das pedras
Iremar Marinho
As pedras livres discursam
o seu sermão de dureza:
parábolas de impenetrável
compreensão - uma retórica
de silêncio assustador
As pedras brutas comandam
a mudez do mundo imóvel
(Estão) estáticas e ferem
com o seu verbo profano
Mars Sojourner ou Embolada Sideral
Iremar Marinho
(Para ser lida ou recitada ao som de
“Liz”, do violonista Marco Pereira)
Pé no tempo
pé na estrada
pé na rota das estrelas
pé na poeira do tempo
pé no rastro dos cometas
REFRÃO CORAL
Conluio de meteoros
abraço de girassóis
aconchego de anos-luz
JOGRAL 1
(HALE-BOPP)
Um catafalco de bólidos
para um funeral de luas
JOGRAL 2
(14 BIS)
Nem deuses nem fantasias
Mero homem (oh! quimeras)
feito máquina de avoar
REFRÃO CORAL
Conluio de meteoros,
abraço de girassóis,
aconchego de anos-luz.
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