Saltimbanco
Iremar Marinho
No burburinho
cada um por si
vai costurando o mundo
que só de contrários se sustém.
Cada um vai fazendo suas contas
somando percalços
deduzindo alegrias
multiplicando desprezos.
No burburinho
cada um esbarra
na porta fechada de si mesmo.
No burburinho
quero passar com meu estandarte
expor estilhaços
calafetar rachaduras.
Estou sangrando
os pés calejados
as feridas expostas.
Aos trapos
minhas fissuras não comovem.
No burburinho
sou só um saltimbanco.
7 de outubro de 2009
Melhores poemas que eu li - Fragmentos de Altazor
Do Canto II
Vicente Huidobro
Mulher o mundo está mobiliado por teus olhos
Faz-se mais alto o céu em tua presença
A terra se prolonga de rosa em rosa
E o ar se prolonga de paloma em paloma
Ao partires deixas uma estrela em teu lugar
Deixas cair tuas luzes como o barco que passa
Enquanto te segue meu canto enfeitiçado
Como uma serpente fiel e melancólica
E voltas a cabeça por trás de algum astro
Que combate se livra no espaço?
Essas lanças de luz entre planetas
Reflexo de armaduras desapiedadas
Que estrela sanguinária não quer ceder o passo?
Onde estás triste noctâmbula
Doadora de infinito
Que passeias no bosque dos sonhos?
Vicente Huidobro
Mulher o mundo está mobiliado por teus olhos
Faz-se mais alto o céu em tua presença
A terra se prolonga de rosa em rosa
E o ar se prolonga de paloma em paloma
Ao partires deixas uma estrela em teu lugar
Deixas cair tuas luzes como o barco que passa
Enquanto te segue meu canto enfeitiçado
Como uma serpente fiel e melancólica
E voltas a cabeça por trás de algum astro
Que combate se livra no espaço?
Essas lanças de luz entre planetas
Reflexo de armaduras desapiedadas
Que estrela sanguinária não quer ceder o passo?
Onde estás triste noctâmbula
Doadora de infinito
Que passeias no bosque dos sonhos?
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